Tecidos apreendidos pela Receita Federal. Máquinas doadas. Fios de costura. E a perspectiva de um futuro mais digno. Assim, entre retalhos e esperança, um grupo de detentas da Penitenciária Feminina do Paraná costurou a liberdade para sonhar.
Capacitação profissional e inclusão social. Esses foram os objetivos do “Costurando a Liberdade”, um projeto que, durante 10 meses, transformou a penitenciária em um ateliê de alta costura. Uma parceria entre o Programa de Voluntariado do Paraná (Provopar) e a grife Gianni Cocchieri.
Ontem (7) o dia foi de ansiedade. De celebração. De reconhecimento. O Museu Oscar Niemayer abriu espaço para o desfile dos 45 looks confeccionados pelas detentas, sob a orientação dos profissionais da Gianni Cocchieri. Amarelos e roxos e verdes da esperança. Vestidos costurados um a um, por mãos que um dia se renderam a algemas.
Os convidados ao desfile puderam acompanhar de perto o resultado das lições de moda e de vida. A platéia aplaudiu efusiva em torno da passarela. As detentas, de dentro do presídio e acompanhando a transmissão simultânea, aplaudiram às voltas de lágrimas e sorrisos orgulhosos.
Com ensinamentos sobre um mundo, até então, distante, as mulheres de Piraquara se permitiram vislumbrar. Criar. Sorrir. E, hoje, estão capacitadas a costurar vestidos de alta costura e a deixar o obscuro passado para trás.