Em tempos das decisões dos mais relevantes
campeonatos disputados por equipes brasileiras no primeiro semestre (a ver,
Libertadores da América e Copa do Brasil), sempre
me deparo com manifestações inflamadas do velho discurso "valorize o
futebol do seu estado" e com as consequentes defesas - por vezes
ofensivas! - desse viés um tanto quanto bairrista.
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Charge: Los Três Inimigos, por Tiago Recchia (Gazeta do Povo). |
Por conta do segundo jogo da final da Copa do Brasil, que vai ser disputado entre Coritiba e Palmeiras, esta quarta-feira
será um dia em que as timelines
do Facebook e do Twitter serão bombardeadas por tais comentários, no pior
estilo "transmissão simultânea" by
globoesporte.com.
NÃO
sou hipócrita e NÃO endosso o regionalismo - pelo menos, não no futebol. Assim sendo, eu realmente
desejo que o Coxa, assim como no ano passado, NÃO se sagre campeão. Mas,
ao contrário do que se poderia supor, não digo isso tão somente pelo fato de
ser atleticana paranaense - e aqui, sim, cabe ressaltar o
"paranaense".
Desde que comecei a me interessar por
futebol, no início da década de 90, eu torço pelo verdão do Palestra Itália - e
não vejo mal algum em minha torcida. Aliás, qual é o transtorno ou o incômodo que
isso pode suscitar na vida dos que adotam a postura "sou do Paraná, torço
para os times daqui"? Até porque, se houvesse, de fato, problema e, mais, se teoria e prática defendessem o mesmo
escudo, muitos desses pseudo-moralistas NÃO desfilariam por aí com suas
camisas do Barcelona, do Chelsea ou até mesmo da seleção da Argentina.
Demagogia pouca é bobagem.
Assim como na escolha por determinada
religião ou por uma bandeira política, cada um é livre para vibrar pelo time
que bem entender, seja o clube do Paraná, do Acre ou de El Salvador.
Portanto, hoje, ilustres anti-"elite", anti-eixo ou anti-qualquer-coisa-que-não-seja-do-estado de
plantão, respeitem a quem, assim como eu, é de Curitiba e torce pela Sociedade
Esportiva Palmeiras. Afinal, NÃO há problema em ser fã de um esquadrão que
fascinou muitos torcedores - inclusive paranaenses! - com os bi-campeonatos
paulista e brasileiro em 93 e 94. Por sinal, uma época em que a dupla Atletiba
minguava nos prados da 2ª divisão do nacional e mal despertava interesse nos
novos hinchas daqui, que, aos pares,
passaram a torcer pelo recém-fundado Paraná Clube.
De toda forma, boa sorte a ambas as equipes
finalistas. Independente da federação a que pertença, que vença a mais
competente. E, sem essa de bairrismo barato, dá-lhe Porco, o alviverde
imponente!