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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

LITERATURA DE NÃO FICÇÃO É TEMA DE OFICINA EM CURITIBA

 Iniciativa busca fomentar o Jornalismo Literário enquanto fazer artístico na cidade


Jornalismo é jornalismo e literatura é literatura. Certo? Nem tanto. Do contrário, não existiria o jornalismo literário, vertente textual que conta as histórias do cotidiano por meio de técnicas narrativas e de recursos estilísticos utilizados em romances, novelas, contos e outras formas literárias pelas quais escrevemos e falamos sobre o mundo.

As particularidades desse gênero serão assunto da oficina on-line “Literatura de não ficção”, com a jornalista e pesquisadora do tema Maura Martins, promovida pela Canô Produções. Os encontros ocorrem nos próximos dias 10, 17 e 24 de outubro (segundas-feiras), sempre das 9h30 às 11h30. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas a partir do endereço linkr.bio/canoproducoes ou pelo perfil da Canô no Instagram. A oficina é gratuita, com vagas limitadas e certificação digital.



O curso busca promover uma introdução à literatura de não ficção, nomenclatura que se refere ao jornalismo literário ou narrativo. A ideia é destrinchar a relação histórica entre a literatura e o jornalismo, os tipos de narrativas de não-ficção e as técnicas mais usadas, discutindo como uma área influencia a outra. Ao longo dos encontros, os participantes serão estimulados a fazer exercícios de escrita a partir dos conteúdos abordados.

Essa é uma ação cultural do projeto “eBook Dinamite: uma tragédia em Curitiba”, realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura - Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba. No mês passado, o projeto promoveu o lançamento do livro digital de Anna Carolina Azevedo, que narra a história da explosão de um caminhão carregado de dinamite na capital paranaense, no ano de 1976. A obra está disponível para download gratuito nas plataformas Amazon e Kobo e também no endereço linkr.bio/canoproducoes.


Sobre a ministrante


Maura Martins é crítica de TV e literatura, roteirista e professora. Atua como editora do portal Escotilha, roteirista no Meteoro Brasil e colunista no TecMundo. Em 2008, a pesquisadora foi orientadora de “Dinamite: uma tragédia em Curitiba”, projeto defendido como o trabalho de conclusão do curso de Jornalismo de Anna Carolina. Para a autora, a parceria com Maura é um aspecto fundamental na criação da obra, pois, sob sua orientação, foi possível definir escolhas narrativas e estilísticas presentes no corpo do texto.


Serviço:


📌 Oficina “Literatura de não ficção”

Com Maura Martins

Dias 10, 17 e 24 de outubro, das 9h30 às 11h30.

Encontros pela plataforma Zoom.


quarta-feira, 13 de julho de 2022

E A LITERATURA?

Desde 2019 sem edital exclusivo para a área, Fundo Municipal da Cultura não contempla a cena literária de Curitiba


Por Anna Carolina Azevedo

Conselheira Municipal de Cultura pela Regional Boa Vista e

membra do Foro Setorial de Literatura | Curitiba/PR


O Programa de Apoio e Incentivo à Cultura (PAIC), criado e instituído pela Lei Complementar n.º 57 de 2005, é a instância municipal responsável pelos mecanismos de incentivo à produção artística em nossa cidade.


Gerido pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), compete ao PAIC a implementação de editais públicos voltados ao fomento e à difusão de bens culturais nas linguagens de Artes Cênicas (Teatro, Dança, Ópera e Circo), Artes Visuais, Audiovisual, Cinema, Literatura, Música e Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, além de uma categoria única e generalista que contempla Folclore, Artesanato, Cultura Popular e demais Manifestações Culturais Tradicionais.


São dispositivos do PAIC para o apoio e o incentivo a projetos culturais: 1) Fundo Municipal da Cultura, o qual garante a canalização de recursos oriundos da Lei Orçamentária Anual (LDO) destinados ao próprio fundo - em 2022, pouco mais de 0,25% da receita municipal; e 2) Mecenato Subsidiado, o qual autoriza a captação de recursos junto a empresas sediadas em Curitiba, por meio da renúncia fiscal do ISS e do IPTU - de acordo com a LDO 2022, foram destinados R$ 13.550.000,00 ao mecenato.


Os Editais referentes ao Mecenato Subsidiado, nas categorias Iniciante e Não Iniciante, são promovidos anualmente e contemplam projetos nas linguagens artísticas previstas pelo PAIC.


Em relação ao Fundo Municipal, todos os anos são lançados editais de ordens variadas, os quais deveriam, de maneira equânime, contemplar todas as linguagens - das Cênicas ao Folclore. No entanto, isso não vem acontecendo como se deveria esperar. Tome-se, por exemplo, o caso da Literatura.




Os últimos editais do Fundo Municipal exclusivamente voltados à Literatura foram realizados, respectivamente, em 2019 (Edital “Múltiplas Ações em Literatura e Leitura”) e em  2018 (Edital “Incentivo à Leitura”). Ou seja, ao contrário do que ocorre, por exemplo, com as linguagens de Música e Teatro, contempladas com editais anuais, os agentes da cena literária de Curitiba - editores, livreiros, autores, tradutores, oficineiros, bibliotecários, mediadores de leitura, contadores de histórias, slammers, produtores e pesquisadores de ações de Literatura, entre outros - não são beneficiados com editais do fundo há três anos.


O cenário se agrava ainda mais se pensarmos na criação de escritores e escritoras: o “Edital Livre”, de 2015, foi o último que previu, em suas categorias, publicações literárias inéditas. Há, portanto, uma conduta de negligência por parte da Comissão do Fundo Municipal de Cultura em relação às letras curitibanas, seu desenvolvimento e o reconhecimento sociocultural dessa linguagem artística que é e sempre foi destaque em nossa cidade - dos já canônicos Dalton, Leminski e Luci à efervescência de coletivos contemporâneos como o Slam das Gurias, Marianas, Membrana e tantos outros.


O Foro Setorial da Literatura indigna-se ao ver uma nova rodada de editais do Fundo Municipal a serem lançados sem contemplar uma multidão de agentes que atuam por ela na cidade de Curitiba. Outra vez. Por isso, mais do que nunca, cabe a pergunta: Fundação Cultural de Curitiba, e a Literatura?

segunda-feira, 25 de abril de 2016

DA PODRIDÃO, FAZ-SE PINHEIROS E PRECIPÍCIOS

Espetáculo curitibano coloca em cena uma cidade à beira do abismo e os traços biográficos de Wilson Bueno


Stéfano Belo, no tortuoso papel de Bueno, é um dos destaques no espetáculo. Foto: Humberto Araujo/Clix.

Curitiba, meu amor, nós estamos predestinados.
Estamos predestinados ao seu falso luxo, ao seu lixo, às suas rixas, às suas bichas. Aos seus clichês. Aos seus últimos michês.
Nosso amor, meu amor, está oculto, no entanto, sob uma redoma de esteriótipos. De falsos-títulos. De falsos-moralismos. Ao invés de nos assumirmos amantes, devassas, prostramo-nos (ou, pelo menos, fingimos nos prostrar) estáveis tais quais pinheiros. Estanques. Estancados.
Por que nos acovardamos, travestidos em papéis que não são os nossos? Por que o ódio à atriz, se atuamos todos nós nessa terra de disfarces? Por que o julgamento, se estamos todos diante da sarjeta?
Em vida, Wilson Bueno não se acovardou. Optou por flertar com o precipício e fez de sua obra um “diário vagal” – ou a poética do fracasso –, destituído de qualquer idealização ou etiqueta sobre essa cidade de aparências. Uma cidade para a qual não há salvação, nem heróis. Nas narrativas de bares e boleros, revela-se o escritor que, ao invés de se resignar à hipocrisia do cartão-postal, percorreu as vísceras de uma Curitiba perturbadora, à margem.
Em cena, a parceria entre a Selvática Ações Artísticas e O Estábulo de Luxo escarrou, sem covardia, a podridão da capital em um espetáculo revolto, envolto em dores e devaneios. Em sua primeira sessão na Curitiba Mostra, nas instalações do Guairacá Cultural, Pinheiros e Precipícios fez com que o público se inquietasse com a inquietude dos traços e tramas de Bueno. Na confusão de putas e demônios, bairros e becos, eis o universo que permeou vida e obra de um dos principais nomes da literatura paranaense.
Dirigido pelo inquieto (no melhor dos sentidos) Ricardo Nolasco, o espetáculo se reveste de simbologia, manifesta em elementos cênicos mais ou menos óbvios. O ritmo das teclas da máquina de escrever, o entrar e sair do armário, as canções de inferninho, os traços quebradiços em giz, o tilintar de moedas, o incômodo riscar da faca, o tombo do pinheiro são opções estéticas que ajudam a reconhecer – se não racionalmente, pelo menos intuitivamente – a aldeia buenista. Junto à performance do elenco principal (com destaque para as atuações de Patricia Saravy, Jeff Bastos e Stéfano Belo) e à onipresença de um coro de bestas-feras, a composição caótica esboça um labirinto que percorre os caminhos da poética tanto de Bueno, quanto da Selvática e d’O Estábulo – talvez, as companhias curitibanas mais creditadas a revirar nossas entranhas com tamanha autenticidade, sem meios-termos. Faz muito sentido que as linhas de Bueno tenham ganhado fôlego dramático pelo sopro de dois grupos que fazem da arte a resistência, o desbunde, a ode à decadência da capital.
A dramaturgia apresenta tramas que ora se alternam, ora se beijam, como o esboço de uma produção literária, como o arquejo de uma vida. Mescladas às passagens biográficas, certas paisagens de Bolero’s Bar e Mano, a noite está velha se desenham em uma hora e meia de espetáculo. No precioso texto de Francisco Mallmann, os territórios de Bueno revelam-se ainda mais (in)tensos e lembram que o que está em jogo não é o pinheiro a prumo mas, sim, o seu declínio. O descompasso de uma capital à beira do abismo. O ativismo cênico e literário de artistas que não se curvam à “cidade-modelo”.
Por isso, tão verdadeiros. Wilson Bueno, Selvática e O Estábulo de Luxo. Por isso, tão predestinados. A Curitiba. A essa sórdida Curitiba.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

LEITURAS DE 2015, UM ANO EM 9278 PÁGINAS

Não atingi, nem dobrei a meta. Mas deu pra ler coisa pra caramba no desafio dos 50 livros



Foto: Daniele Cristyne.


"Um dia antes de que 2014 escapasse para sempre e em meio às promessas para o porvir, estabeleci uma resolução um tanto audaciosa comigo mesma. Mais do que um objetivo pragmático, tratou-se de uma missão que julgo transcendente: a de ler, ao longo de 2015, pelo menos cinquenta livros – e não tons de cinza".
Essa história tornou-se conhecida em 30 de março, dia em que A Escotilha, excelente proposta de jornalismo cultural de Curitiba, foi ao ar. Fui parar na equipe de colaboradores a convite dos editores e amigos Alejandro Mercado e Maura Martins. Eles leram uma publicação no Twitter em que comentei sobre essa história de cinquenta títulos em um ano e acharam que seria bacana compartilhar minhas experiências de leitura com o público do portal que estava para ser inaugurado. 



Assim, fui presenteada com a coluna Contracapa, na qual eu escreveria não apenas a respeito de livros e suas tramas, mas, principalmente, sobre os meus percursos e processos de leitura. Um espaço, enfim, sobre travessias, devaneios e ruminações.
A partir da primeira publicação no site, intitulada "Contracapa: o desafio dos 50 livros" (leia aqui), o desafio tornou-se ainda mais sério. Agora que a meta era conhecida por muitas pessoas, eu tinha mais é que me dedicar a cumpri-la - ou a parada ficaria muito feia pro meu lado.
Acontece que, transcorridos 12 meses, eu admito que não atingi o objetivo; não consegui ler os cinquenta livros a que tinha me disposto. Em minha defesa, posso dizer que a tentativa, ainda que fracassada, foi ao menos determinada. Sincera. E, sim, muito produtiva.
Foram 40 leituras ao longo de 2015, das quais 35 válidas nos critérios que eu mesma estipulei nesse desafio (a lista completa segue no final deste post). O ano correu no ritmo das 9278 páginas das obras lidas, entre quadrinhos, contos, crônicas, poemas e, principalmente, romances; produções de 31 autores diferentes (25 homens e seis mulheres), vindos das Américas do Norte, Central e do Sul, além de Europa e África. Descobri as agruras mexicanas, o claustro de um convento na Colômbia, o horror das ditaduras da República Dominicana, de Marrocos e da Alemanha Nazista, um mundo pré e pós computadorizado no Chile, o buriti e as veredas do grande sertão brasileiro, as cenas cinzas da Curitiba que viajo. E olha que eu nem saí do meu sofá.


    Mesmo que o eldorado não tenha sido tocado, o número que alcancei não deixa de ser expressivo: noves fora, a média final chegou a três livros por mês (ou 25 páginas por dia). O que importa, no entanto, não são as cifras, mas o sabor literário daquilo que foi contemplado. É aí que o feito, mesmo que incompleto, ganha valor genuíno para mim: eu não me enganaria ao dizer que trinta das minhas leituras foram ótimas em alguma medida. 
Com isso, encontrei certa dificuldade em elaborar uma lista sobre quais teriam sido as melhores leituras deste ano. Isso porque o que torna um livro inesquecível não se resume à trama, à construção e à fluidez narrativa, ao estilo ou ao valor literário, mas engloba tanto as particularidades intrínsecas ao texto quanto as características de cada leitor - bagagem literária, referências socioculturais, carga de experiências, memórias afetivas, estado de espírito. 
Fui obrigada, então, a elencar algumas categorias para qualificar os livros em diferentes aspectos - alguns mais mensuráveis, outros totalmente subjetivos. Assim, consegui abarcar livros que, ainda que muito bons em alguns pontos, deixariam de ser citados/lembrados se o critério fosse apenas "os melhores" - e, afinal, o que é melhor ou pior quando falamos em arte?

Eis, portanto, os meus destaques de 2015:


Os bonitões
1) O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez (WMF Martins Fontes)

















2) Bonsai (Cosac Naify)
3) a máquina de fazer espanhóis (Cosac Naify)
   O Filho de Mil Homens (Cosac Naify)¹


Os gigantes pela própria natureza
1) Harry Potter e a Ordem da Fênix (704 páginas)
2) Grande Sertão: Veredas (624 páginas)
3) Harry Potter e o Cálice de Fogo (536 páginas)


Rápidos, rasteiros e potentes
1) O mistério da prostituta japonesa & Mimi-Nashi-Oichi (18 páginas)
2) Festa no Covil (96 páginas)
3) Bonsai (96 páginas)


Frescor literário
1) a máquina de fazer espanhóis (leia a crítica)
   Bonsai (leia a crítica)
2) A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao (leia a crítica)
3) A Visita Cruel do Tempo (leia a crítica)


Pancadaria literária
1) a máquina de fazer espanhóis
2) Mano, a noite está velha
3) Desonra 

  • Hors concour - Grande Sertão: Veredas

Melhores tramas
1) A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao
   Eu, Malika Oufkir, Prisioneira do Rei
2) A Visita Cruel do Tempo
   Clube da Luta
3) O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez

  • Hors concour - Grande Sertão: Veredas

Melhores leituras
1) Grande Sertão: Veredas
2) a máquina de fazer espanhóis
   Festa no Covil (leia a crítica)
3) Desonra (leia a crítica)
   O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez


Melhores releituras
1) Grande Sertão: Veredas
2) A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao
3) Ultralyrics


Não indico nem a pau
1) Vinte mil léguas submarinas (Adaptação de Walcyr Carrasco) – 1 estrela
2) A biografia de Torquato Neto – 2 estrelas
3) Harry Potter e a Ordem da Fênix - 3 estrelas


Enfim, pelo menos nas leituras, 2015 foi um ano excelente. Não li muitos clássicos, é verdade, mas consegui equacionar alguns déficits do meu repertório literário (literatura contemporânea, literatura infantojuvenil, literatura paranaense). Para o ano que vem, já tenho alguns planos em mente (Ulysses é o principal deles!), mas a meta fica em aberto. Assim, quando eu alcançá-la, quem sabe não poderei dobrá-la?²

#leiacomigo



LEITURAS DE 2015:
Literatura (29) - A biografia de Torquato Neto - Toninho Vaz * Nelson Triunfo – Do sertão ao Hip-Hop - Gilberto Yoshinaga * Eu, Malika Oufkir, prisioneira do rei - Malika Oufkir e Michèle Fitoussi * A Trama do Casamento - Jeffrey Eugenides * Festa no Covil - Juan Pablo Villalobos * Se Vivêssemos em um Lugar Normal - Juan Pablo Villalobos * A Visita Cruel do Tempo - Jennifer Egan * O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman * A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao - Junot Díaz * a máquina de fazer espanhóis - Valter Hugo Mãe * O Filho de Mil Homens - Valter Hugo Mãe * Bonsai - Alejandro Zambra * Desonra - J.M. Coetzee * Lincha Tarado - Dalton Trevisan * Como eu se fiz por si mesmo - Jamil Snege * A Nona Cartada - João Batista de Pilar * Ultralyrics - Marcos Prado * A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard * Harry Potter e o Cálice de FogoJ.K. Rowling * Grande Sertão: Veredas - João Guimarães Rosa * Vinte Mil Léguas Submarinas - Julio Verne (adaptação de Walcyr Carrasco) * Mano, a noite está velha - Wilson Bueno * Do amor e outros demônios - Gabriel Garcia Marquez * O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez - J.R.R. Tolkien * Meus Documentos - Alejandro Zambra * Harry Potter e a Ordem da Fênix - J.K. Rowling * O Mistério da Prostituta Japonesa & Mimi-Nashi-Oichi - Valêncio Xavier * O Grande Gatsby - Franz Scott Fitzgerald * Clube da Luta - Chuck Palahniuk. Outras linguagens (6) - Maus: a história de um sobrevivente - Art Spiegelman * Ópera da Lua – Osgêmeos Vigor Mortis Comics - Paulo Biscaia Filho, José Aguiar e DW Ribatski * Songbook Paulo Leminski - Paulo Leminski/Estrela Leminski * Esperando Godot - Samuel Beckett * Eles não usam Black-Tie - Gianfrancesco Guarnieri.



¹: R.I.P. Cosac Naify. ♥
²: O contra desta capa representa uma bravata: leia mais.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

CÚMPLICE



Eu não conseguia pegar no sono. Minha irmã já havia dormido. Ela parecia conseguir pegar no sono quando bem entendesse, uma habilidade que eu não tinha e invejava.

Neil Gaiman, “O Oceano no Fim do Caminho”


Uma mulher saiu de casa.
Uma mulher confiando em nosso sono saiu de casa.
Uma mulher confiando em nosso sono saiu de casa e nos deixou aqui. 
Uma mulher confiando em nosso sono saiu de casa e nos deixou aqui eu e minha irmã. 
A mulher é a nossa tia.
A nossa tia sai de casa quando pensa que estamos dormindo.

(eu sempre finjo que estou dormindo um pouco antes da minha tia sair às vezes até acabo cochilando a minha irmã que é minha irmã mais nova é muito medrosa sorte é que ela nunca acordou das outras vezes em que a nossa tia saiu acho que ela pega no sono quando bem entende)

Esta noite, uma mulher confiando em nosso sono saiu de casa e nos deixou aqui eu e minha irmã.
Acordados.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

VERTIGEM


A foda das minhas noites
É o foda dos meus dias.

REGINA


Na Rua da Imperatriz
A mãe era a rainha.

A RELEITURA DE CURITIBA


  
Por circunstância da qual pouco lembro, dia desses precisei deslocar-me das cercanias do Juvevê para os prados do Bairro Novo B. Rumo ao até então desconhecido, pensei, naquela manhã, estar vivendo uma legítima expedição de descobrimento: partira de uma Curitiba familiar em direção a uma que a mim era distante, embora tão próxima a tantos outros conterrâneos. A campanha foi longa – digna dos tropeiros! -, entre bocejos, páginas de um livro, três ou quatro linhas de ônibus e reflexões sobre a cidade em que nasci, vivo e redescubro a cada dia, rua e morador.
Distraída com as paisagens estampadas por trás da vidraça rabiscada, a sensação era a de estar diante de uma improvável Curitiba nova. Sim, improvável; ora, não poderia ser novo o meu berço gentil! Mas, assim como ocorre desde que criei minha primeira noção de cidade, lá nos idos dos 300 anos, a terra das Araucárias e dos vampiros despiu-se novamente e revelou-se outra. Ou melhor, também outra. Afinal, Curitiba é uma e diferente a cada descobrimento.
E descobrimento é, se não, uma nova possibilidade de leitura. Ao invés de descobrir, naquela manhã eu, em verdade, reli Curitiba. Assim como a releio em Trevisan, Xavier e Leminski. Assim como a reinterpreto em todo terminal, parque, boteco ou ladrilho da XV. A ideia que sustentamos a respeito de algum lugar pode ser remodelada à medida que damos vazão para outras interpretações possíveis, a partir das novas experiências.  
O desafio reside em permitir-se abrir espaço para revelações quando o olhar está viciado nos julgamentos e soluções simplistas e pouco inspiradores. Remédio não-paliativo para a vista mundana é o exercício contínuo e indelével da leitura; de livros, de filmes, da cidade, de gente, da gente.
Ler – seja lá qual for o objeto a ser decifrado (de Dostoievski ao Osternack) - não apenas cria e fortalece o repertório cultural ou literário de cada um. Ler também provoca novas e, muitas vezes, dantes improváveis perspectivas de interpretação, dilatando as retinas do olhar condicionado ao comum e voltando-as a vieses sutis de análise de, por exemplo, fatos cotidianos, relações sociais, conjunturas históricas e políticas, entre outros.
A metafórica dilatação das perspectivas do olhar, possível a partir da relação íntima com a literatura e com as artes em geral, enriquece as possibilidades de interpretação do mundo e dos múltiplos universos nele contidos. No caso dos amantes de polaquinhas e catataus, o contato com o fabuloso derruba preconceitos e potencializa a releitura da Curitiba perdida e das diversas cidades nela escondidas. No caminho de norte a sul, o ledor simplista apenas julga o rincão distante; o leitor, fruto dos livros e da vida, redescobre a cidade.
Quando leitores são tropeiros em busca de novos horizontes, debruçar-se sobre as linhas vertiginosas da literatura e imbuir-se dos prazeres da leitura são expedições de descobrimento.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

DA ARTE


Se queres a morte
Separa-te da arte

A beleza da forma
Faz-me vislumbrar a vida
À margem da pragmática
Realidade (co)medida

Distante do discurso vão
Desprendo-me do meio
Entorpeço-me com o devaneio
Do bálsamo da ilusão

Se queres a morte
Permaneça-te à parte
Do olhar louco
(E pertinente)
Da arte pela arte.

terça-feira, 17 de julho de 2012

DEVOLVA MEUS LIVROS



Minha filha não volta para casa há mais de quinze dias. Eu estou tentando entrar em contato, ligo para o celular dela. Nem sinal. Ela é assim: às vezes some, vai para Londres e fica dias sem voltar, perdida pelos pubs de Camden Town. Dessa vez, deixou o filho aqui comigo. O pequeno Jason chora a todo instante, chamando pela mãe. Eu não sei onde Jessica está, nem quando vai voltar. Peço desculpas.

Ao fundo da ligação, uma criança grita em desespero. Pelo que parece, a garota sumiu. E com ela, Eclipse, de Stephenie Meyer, cuja devolução está pendente. É um livro bastante procurado pelas adolescentes galesas. Jessica precisa voltar. Sua multa já chegou a dois pounds.
Assim como Jessica, muitos usuários tardam a devolver os títulos que emprestam. Alguns, por poucos dias. Outros passam semanas sem aparecer. Há quem leve mais de ano para retornar. Viagem, doença, acidente, distração, talvez o frio dos últimos tempos. Acontece.
Meu nome é Lucy. Minha missão aqui na Cardiff Central Library é a de avisar aos leitores ausentes que um exemplar de nosso acervo permanece em sua posse há mais tempo do que deveria permanecer. Atrasos, obviamente, não são tolerados. Mas acho que nem todos sabem disso. Se soubessem, eu perderia meu emprego.

É importante que o livro esteja conosco de volta o quão mais breve. Qualquer pessoa pode trazê-lo. A multa é de 10 pence por dia de atraso. Aceitamos doações de títulos britânicos - da trilogia de J.R.R. Tolkien a Virginia Wolf e Huxley. A biblioteca fica aberta de segunda a sábado. Aguardamos a devolução.

Todos os dias, quando chego a The Hayes - o largo onde se localiza a Cardiff Central Library -, espero ansiosa pelas desculpas com as quais os caros retardatários tentarão justificar suas pendências. A de Jessica, ontem, foi a mais comovente da semana. Não sei se pelo abandono do filho. Ou se pelo tamanho da lista de espera dos próximos leitores de Meyer. É incrível como, diante de um acervo com mais de dez mil itens em galês, a nossa língua-pátria, as mocinhas de hoje em dia insistam em ler esses best-sellers americanos. Como diria Orwell, mais rasteiros que as novelas de Ethel M. Dell!
Um cara chamado George emprestou, vinte dias atrás, um clássico de Orwell, seu xará ilustre. Até hoje, não o devolvera, tampouco dera satisfação sobre o sumiço. Tomei o telefone para pedir que Keep the aspidistra flying voltasse para a prateleira dos romances ingleses da década de 30. Era a minha primeira chamada da manhã.

Lucy, você não vai acreditar! Caí da minha moto na semana passada, foi bem feio. Ainda não estou bem. Mas, assim que eu melhorar, faço questão de levá-lo pessoalmente e também de quitar meu débito.

De fato, eu não acreditei. No inverno, as motos eram raras nas ruas de Cardiff. E sobre acidentes com motociclistas, eu não havia lido sequer uma nota no Wales OnLine. Além disso, qual parte de “qualquer pessoa pode trazê-lo” George não entendeu? Da gentileza típica aos britânicos, eu abria mão. Porém, da multa, não - ou alguns pounds seriam descontados do meu próximo ordenado.
A vez, agora, era de Ann, 20 anos, cadastro recentíssimo e um atraso logo no primeiro empréstimo. Harry Potter.

Estive em Newport no último sábado e acabei esquecendo o livro com a minha prima. Eu sinto muito. Vou pedir para que ela venha a Cardiff para trazê-lo, não se preocupe. Obrigada por me lembrar!

Foi sincera, ao menos. Com Ann, não me preocupei. Quem causou preocupação maior foi a próxima da lista: a mal-falada Shana Davis.
Shana era uma desvairada, conhecida por todos que frequentavam os arredores da Queen Street. Vivia trôpega, bêbada e molhada pelas ruas do centro da cidade, entre goles de Irish whiskey e Foster Beer quente, que deixavam a criatura com um bafo digno do dragão vermelho da bandeira de Gales. Em seu bolso, apenas um penny. Um paupérrimo penny! Shana e o penny. Shana miserável!
Era simplesmente inadmissível que ainda emprestassem exemplares para aquela louca. Ela rasurava todos os livros que levava consigo. Shana porca! Um dia, eu ainda a proibiria de entrar na biblioteca – quer dizer, isso se eu conseguisse passar por cima dos diretores da Cardiff Central Library. Eles, assim como tantos outros homens e até algumas mulheres, eram encantados por Shana. Shana maldita!
O telefone chama. Um toque. Nada de Shana. Outro. Ao terceiro, finalmente atendem.
 
Shana? Ah, ela não está. E eu também não faço a menor ideia de onde você poderá encontrá-la.

Shana desgraçada! Partira, poucos dias antes, com um marinheiro que aportara na Cardiff Bay. Em meio à raiva que me consumia, eu até podia imaginar a manchete no Wales OnLine: “Shana em fuga”! E o pior: em fuga com o livro que eu tinha como missão resgatar. O bendito, um título tão raso quanto ela: Os dez mandamentos do amor, por Little Dick Junior.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

RUBEM FONSECA E O SEU EXTERMINADOR


Por Anna Carolina Azevedo


O Exterminador, texto do mineiro de alma carioca Rubem Fonseca, é, sem dúvidas, um exemplar bastante característico das verves temática e estilística do autor.


É preciso enfatizar, antes de qualquer análise textual - formalista ou exegética -, que Fonseca redige esse conto em um contexto de forte censura e cerceamento à produção cultural brasileira. Nesse cenário de pouca ou quase nenhuma liberdade intelectual, uma das formas que a literatura encontra para abordar questões polêmicas - das quais não se podia tratar abertamente, sob pena de repreensão - é o uso de ficções alegóricas, repletas de crítica, ironia e humor negro. É a esse tipo de recurso que o autor recorre no enredo de O Exterminador para tratar, ainda que por meio de uma representação, de certa forma, simbólica, sobre a violência que se instaurara no Brasil às vésperas do Ato Inconstitucional 5 (o qual entraria em vigor no fim de 1968, no governo Costa e Silva).
Sob a ótica de um narrador onisciente – que conhece, portanto, todos os detalhes e vieses da trama -, O Exterminador revela uma visão pessimista de um futuro não-datado (que se infere a partir de passagens como “era tão elaborado quanto o dos antigos astronautas”), em que a violência e a crueldade tornaram-se banais. Considerando o fato de que foi escrito durante o período mais cruel da ditadura militar, pode-se dizer que o texto é uma alegoria, que dialoga com o gênero da ficção científica, de situações de brutalidade que ocorriam naquele período de turbulência decorrente da opressão militar e da reação a ela.
O conto, nesse sentido, é extremamente crítico quanto à questão da violência latente. Mas o interessante é que o autor, no entanto, não escorrega na armadilha do pieguismo apelativo e sensacionalista da maioria dos relatos de torturas da época. N'O Exterminador de Rubem Fonseca, não há a necessidade de ser mais apelativo do que aquela perspectiva de realidade que, em si, já causa choque. Pelo contrário: é o afastamento emocional que suscita o efeito de desconforto no leitor. A indiferença à violência choca.
Fonseca vale-se de um realismo mórbido - que, em sua obra, chega a ser atraente - para narrar sequências inseridas numa estrutura de narrativa policial. O foco narrativo articula-se em terceira pessoa, na figura de um narrador impessoal e objetivo. As atividades dos dois lados do confronto – comando militar e os exterminadores (uma espécie de comando civil) - são descritas, mas não há juízo de valor sobre os personagens. Essa imparcialidade, aliás, sugere a leitura crítica de que qualquer tipo de manifestação violenta é absurda, independente da bandeira que se pretende defender.
A banalização da morte, representada de maneira hiperbólica e explícita, pode ser considerada, além de uma crítica à própria violência da época dos confrontos da ditadura, também uma condenação/oposição ao discurso da mídia sensacionalista que, ao contrário da objetividade de Fonseca, dilacerava as histórias violentas em detalhes grotescos e sanguinários, como se a tragicidade do episódio não bastasse. Aliás, sob esse aspecto, pode-se até definir O Exterminador - também publicado em  O conto brasileiro contemporâneo, de Alfredo Bosi (Cultrix, 2006) - como brutalista quanto ao assunto abordado, mas não em relação à maneira de tratá-lo.
Quanto aos personagens, nenhum possui descrições detalhadas e não se pode afirmar o que pensam ou sentem. De tal modo, nenhum deles é passível de culpa ou remorso. O protagonista, Exterminador R., é caracterizado tão somente por suas habilidades (seja com a arma ou na facilidade em assumir qualquer papel, por exemplo). O distanciamento confere frieza à narrativa. 

1 O Exterminador colocou a automática num coldre especial nas costas, logo acima da região glútea. A arma ficava deitada, o cabo para a direita ou para a esquerda, indiferentemente: o Exterminador atirava com as duas mãos. Com incrível rapidez, o Exterminador sacou a sua 54 Superchata, apontando-a para o peito do Cacique. O Cacique nem piscou. 

A estrutura do texto é um pastiche de uma descrição oficial, tal qual um delegado responsável o estivesse narrando a um escrivão. O vocabulário técnico utilizado lembra um boletim de investigação e o uso insistente de siglas nos diálogos pode até sugerir a impressão de que os personagens não querem que leigos compreendam o que estão dizendo. A pulverização das siglas ao longo do texto aponta para uma ridicularização crítica do autor quanto à presença excessiva delas nos discursos oficiais, policiais e até jornalísticos no período da ditadura militar. E Fonseca tem calibre para tal: o autor trabalhou durante algum tempo na Polícia do Estado do Rio de Janeiro; experiência que lhe rendeu a familiaridade com os assuntos dos gabinetes dos distritos policiais e, principalmente, a habilidade em parodiar um discurso em que foi escolado.
No conto, DEUS é uma sigla para um dito “Departamento Especial Unificado de Segurança”, GASPAR é abreviação para “Gás Paralisante” e IE-IE-IE significa “Irritante Epidérmico Triplo Concentrado” – tiradas claras em relação à igreja, à política e à cultura. Em um ambiente tão criptografado e repleto por mensagens codificadas, nem os próprios usuários das siglas saberiam mais o que é vocábulo, o que é sigla e o que é significado – quanto mais os leigos; circunstância não muito diferente da falta de ordem e de clareza dos discursos oficiais do fim da década de 60, um período obscuro da História do Brasil. Fonseca, imbuído de frieza e ironia típicas à sua literatura, soube criticar o caos social e intelectual de maneira tão certeira quanto o Exterminador R. com a sua 54 Superchata.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O DIA EM QUE CURITIBA TREMEU

Livro relembra a explosão do caminhão de dinamite



Uma tragédia que muitos curitibanos não conhecem. Uma história, no mínimo, explosiva. O dia era dois de setembro de 1976. Um caminhão que transportava dinamite explodiu em Curitiba. Da explosão, eclodiram prejuízos, feridos e mortos nas redondezas dos bairros Cabral, Juvevê e Ahú.

Depois de mais de três décadas em quase esquecimento, a detonação da dinamite e a narrativa de seus envolvidos estão agora retratados em Dinamite – Uma tragédia em Curitiba, livro-reportagem da jornalista Anna Carolina Azevedo. A obra acaba de ser editada e publicada pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC/PR) e será lançada no próximo dia 19 de agosto, nas Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil).

A ideia de Dinamite – Uma tragédia em Curitiba surgiu em 2007, quando Anna Carolina ouviu, por acaso, uma conversa cujo assunto era um tal de “o dia do cogumelo”. O tema instigou a autora que, a partir de então, passou a pesquisar a respeito da explosão. A apuração sobre a tragédia curitibana resultou em um projeto de livro-reportagem, defendido como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Comunicação Social - Jornalismo, em 2008.

“O resultado obtido por Anna Carolina é muito satisfatório porque seu trabalho se funda em uma apuração muito rigorosa, utilizando métodos investigativos e literários raros nos dias atuais. Além disso, consegue construir um retrato rico da cidade de Curitiba à época da explosão”, afirma Maura Oliveira Martins, coordenadora do curso de Jornalismo da UniBrasil e orientadora do TCC.

Anna Carolina comenta que o objetivo da publicação é o de rememorar um episódio importante para a cidade, mas que estava relegado à lembrança de uma geração passada. “A explosão sensibilizou a população décadas atrás. No entanto, a maioria das pessoas hoje aqui residentes não tem referências mínimas sobre ela ou mesmo a desconhecem”, explica.

Para noticiar a tragédia, a autora narrou a sequência dos fatos que culminariam na explosão, esboçando um retrato do que aconteceu antes e após o caminhão ter se esvaído pelos ares e daquilo que as pessoas estavam fazendo na hora do acidente. Toda a narrativa está descrita sob o pano de fundo do contexto histórico-social da Curitiba de meados da década de 70.

A partir da pesquisa – a qual se desdobrou das consultas aos jornais da época às andanças pelas ruas -, foi possível esboçar o retrato de um dos principais eventos trágicos ocorridos na cidade. As descobertas resultaram em uma produção jornalística que apresenta ao público-leitor um panorama do que ocorreu naquela (não tão) distante tarde de quinta-feira de 76. O dia em que Curitiba tremeu.


Palestra
Além de fazer uma abordagem sobre o livro, a jornalista falará também sobre as processualidades que envolveram concepção, produção e viabilização de um projeto que obteve resultados para além do âmbito acadêmico. “Acredito na importância desse tipo de relato aos alunos que estão produzindo seus projetos experimentais, pois reflete etapas pelas quais todos passam quando da elaboração de um TCC”, completa Maura.

Dinamite – Uma tragédia em Curitiba estará à venda na ocasião do lançamento.






















A jornalista Anna Carolina Azevedo, 24, lançará seu livro na UniBrasil.